Trabalhadores essenciais, que ficaram impedidos de praticar o distanciamento social, fazem parte do grupo de risco. É o que aponta artigo assinado por membros do Diesat e outras entidades sanitárias.

Para os pesquisadores, a exposição aumenta as insuficientes medidas de proteção e segurança. Além disso, essas pessoas expostas se transformam em vetores na cadeia de transmissibilidade da doença.

Diesat aponta riscos de exposição ao coronavírus
Eduardo Bonfim, coordenador-técnico

O risco que esses trabalhadores correm se torna exponencial por três vias de exposição: o trabalho superexplorado, as determinações sociais e as condições de vida e saúde anteriores à pandemia.

Pensando nisso, o Diesat criou a Rede de informação e comunicação sobre a exposição de trabalhadores ao SARS-COV2 no Brasil. Esse trabalho desenvolve soluções digitais de informação e comunicação sobre os trabalhadores expostos à Covid-19.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Fiocruz e a Universidade Federal da Paraíba. Coordenador-técnico do Diesat, Eduardo Bonfim explica que esse material será esclarecedor à classe trabalhadora. Ele alerta: “A partir do momento que os trabalhadores tiverem acesso à nossa rede de informação, eles poderão se prevenir de uma maneira melhor”.

Leia abaixo estudo completo sobre a exposição ao SARS-COV2.

Rede de Informações e Comunicação sobre
a Exposição de Trabalhadores ao SARS-COV-2 no Brasil

A pandemia do novo agente do coronavírus (SARS-Cov-2) que provoca a doença chamada de COVID-19 se espalhou globalmente, desde sua descoberta em 31 de dezembro de 2019, em Wuhan, na China (WHO,2019). O trabalho configura-se em lócus de potencial exposição e transmissibilidade da COVID-19. E os trabalhadores e trabalhadoras essenciais, impedidos de praticarem o distanciamento social, constituem-se em população de risco.

Além disso, a exposição aumenta, devido às características ocupacionais, o processo de trabalho e as insuficientes medidas de proteção e segurança, além da contínua exposição. Se transformam, também, em vetores na cadeia de transmissibilidade, pelo presenteísmo às fontes de exposição e circulação comunitária. Considerando o grave problema de saúde pública, o desconhecimento sobre a Covid-19, a ausência de tratamento até o momento, o desafio é a agilidade no acesso às informações, para a efetiva preservação do estado de saúde desses trabalhadores.

O risco da exposição em trabalhadores se torna exponencial, por três vias de exposição: o trabalho superexplorado, às desigualdades sociais e as condições de vida e saúde anteriores à pandemia, de modo que as determinações sociais incidem diretamente nos processos saúde-doença e no perfil de morbi-mortalidade.

Para tanto, constituímos a Rede de Informação e Comunicação Sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-COV-2 no Brasil. A metodologia envolve o desenvolvimento de soluções digitais de informação e comunicação sobre trabalhadores expostos ao SARS-Cov-2, a partir da integração de pesquisadores, serviços de saúde e movimento sindical.

Parceria entre instituições responsáveis por estudos sobre a Saúde dos Trabalhadores (ST) na pós-graduação (Ensp/Fiocruz; Fiocruz BSB, UFPB), da representação das entidades dos trabalhadores (DIESAT) e de instituições internacionais.

A Rede de Informações e Comunicação sobre a exposição ao agente etiológico – o vírus SARS-CoV-2 no trabalho visa contribuir com produção e disseminação de informações sobre o enfrentamento a pandemia, para orientar a prevenção à saúde dos trabalhadores.

Assim como, desenvolver instrumentos de registro da situação de exposição desses trabalhadores, para subsidiar o trabalho dos encarregados de políticas na tomada de decisões. Desta forma, a iniciativa da rede com perspectiva de trabalho interdisciplinar e interinstitucional em sintonia com as agendas dos técnicos, pesquisadores, trabalhadores e lideranças sindicais busca a defesa comum da proteção à saúde dos trabalhadores e da mitigação da cadeia de transmissão do Covid-19 no trabalho.

O registro de dados sobre saúde e condições de trabalho, será coletado por meio de questionário on-line, disponível na plataforma RedCap. E a população do estudo são os trabalhadores essenciais (Decreto 10.282/2020).

Pesquisadores:

> Maria Juliana Moura Corrêa – Moura

Correa, MJ – CESTEH/ENSP/Fiocruz

> Rita de Cássia Oliveira da Costa Mattos

Mattos, RCOC – CCI/Ensp/Fiocruz

> Liliane Reis Teixeira – Teixeira, LR –

CESTEH/ENSP/Fiocruz

> Marco Antonio Carneiro Menezes –

Menezes, MAC – VPAAPS/Fiocruz

> Hermano Castro Albuquerque – Albuquerque,

HC – Ensp/Fiocruz

> Augusto de Souza Campos – CAmpos,

SC – Fiocruz BSB

> Eliana Napoleção Cozendey da Silva –

Silva, ENC – CESTEH/ENSP/Fiocruz

> Ivair Nóbrega Luques – Luques, IN –

CCI/Ensp/Fiocruz

> Ana Claudia Corrêa Bittencourt Sodré

– Sodré, ACCB – CCI/Ensp/Fiocruz

> Ana Luiza Michel Cavalcante – Cavalcante,

ALM – CCI/Ensp/Fiocruz

> Cyro Haddad Novello – Novello, CH –

CESTEH/ENSP/Fiocruz

> Renato Bonfatti – Bonfatti, R – CESTEH/ENSP/Fiocruz

> Danilo Fernandes Costa – Costa, DF

– UFPB

> Eduardo Bonfim da Silva – Silva, EB –

DIESAT

> Daniele Correia – Correia, D – DIESAT

> Carlos Eduardo Siqueira – Siqueira,

CE – College of Public and Community

Services

> Mauricio Hernando Torres Tovar –

Tovar, MHT – Universidad Nacional de Colombia

> Paulo Marques – Marques, P – University of British Columbia