A pandemia do novo agente do coronavírus (SARS-Cov-2) que provoca a doença chamada de CO-VID-19 se espalhou globalmente, desde sua descoberta em 31 de dezembro de 2019, em Wuhan, na China (WHO, 2019). O trabalho configura-se em lócus de potencial exposição e transmissibilidade da COVID-19. E os trabalhadores e trabalhadoras essenciais, impedidos de praticarem o distanciamento social, constituem-se em população de risco. Além disso, a exposição aumenta, devido às características ocupacionais, o processo de trabalho e as insuficientes medidas de proteção e segurança, além da contínua exposição. Se transformam, também, em vetores na cadeia de transmissibilidade, pelo presenteísmo às fontes de exposição e circulação comunitária. Considerando o grave problema de saúde pública, o desconhecimento sobre a Covid-19, a ausência de tratamento até o momento, o desafio é a agilidade no acesso às informações, para a efetiva preservação do estado de saúde desses trabalhadores.
O risco da exposição em trabalhadores se torna exponencial, por três vias de exposição: o trabalho superexplorado, às desigualdades sociais e as condições de vida e saúde anteriores à pandemia, de modo que as determinações sociais incidem diretamente nos processos saúde-doença e no perfil de morbi-mortalidade.
Para tanto, constituímos a Rede de Informação e Comunicação Sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-COV-2 no Brasil. A metodologia envolve o desenvolvimento de soluções digitais de
informação e comunicação sobre trabalhadores expostos ao SARS-Cov-2, a partir da integração de pesquisadores, serviços de saúde e movimento sindical. Parceria entre instituições responsáveis por estudos sobre a Saúde dos Trabalhadores (ST) na pós-graduação (Ensp/Fiocruz; Fiocruz BSB, UFPB), da representação das entidades dos trabalhadores (DIESAT) e de instituições internacionais.
A Rede de Informações e Comunicação sobre a exposição ao agente etiológico – o vírus SARS-CoV-2 no trabalho visa contribuir com produção e disseminação de informações sobre o enfrentamento a pandemia, para orientar a prevenção à saúde dos trabalhadores. Assim como, desenvolver instrumentos de registro da situação de exposição desses trabalhadores, para subsidiar o trabalho dos encarregados de políticas na tomada de decisões.
Desta forma, a iniciativa da rede com perspectiva de trabalho interdisciplinar e interinstitucional em sintonia com as agendas dos técnicos, pesquisadores, trabalhadores e lideranças sindicais busca a defesa comum da proteção à saúde dos trabalhadores e da mitigação da cadeia de transmissão do Covid-19 no trabalho.
O registro dados sobre saúde e condições de trabalho, será coletado por meio de questionário on-line, disponível na plataforma RedCap. E a população do estudo são os trabalhadores essenciais (Decreto 10.282/2020).
Questionário – Pedimos que preencha o questionário no link: https://redcap.ensp.fiocruz.br a fim de constituirmos um espaço participativo e democrático na comunicação de riscos à saúde, que ainda é um desafio à gestão em saúde, mediante a implementação de ações inovadoras em tecnologia da informação e comunicação. Para assim, contribuirmos com o desenvolvimento de ações que fomentem a integralidade da Atenção à Saúde dos Trabalhadores, por meio do funcionamento de uma rede de pesquisadores, trabalhadores e os serviços de Saúde do Trabalhador no SUS.
Lançamento – Nesta quinta, 5, o Diesat transmite, a partir das 15 horas, a live de lançamento da Rede de Informações e Comunicação sobre a exposição dos trabalhadores ao coronavírus. Assista, ao vivo, pelo youtube do Diesat
Saiba mais sobre a iniciativa https://bit.ly/2HHcFYK